José-Mª Monterroso Devesa
ARGENTINA, MÉXICO
9.Alonso Ríos, Emilio Pita, Luis Soto, Carlos Velo
9.1.1980.
Morre, pola sua vontade e com 93 anos, em Lomas de Zamora (Buenos Aires) Antón Alonso Ríos, natural de Campo Rapado-Cortegada-Silheda. (Um ano antes, o 25-10-1979, tivéramos o privilégio de entrevistá-lo e fotografá-lo: El Ideal Gallego, 17-02-80: e esse ano 80 redigimos a sua nota necrológica: La Voz de Galicia, 05-11-80).
Emigrado à Argentina com 21 anos (1908), exerce o Magistério e cofunda (1921) a Federación de Sociedades Gallegas Agrarias y Culturales (hoje F.S.G.), de carácter esquerdista e mais galeguista. Em 1931 volta à Galiza, junto com Suárez Picallo, para participar nas eleiçons da II República. Mas antes preside a I Assembleia Pró-Estatuto de Galiza (celebrada na Corunha, no teatro Rosalia, o 04-05-31).
Nos anos 30 Alonso será director dumha escola de emigrantes em Tominho e organizará o movimento agrarista, sendo nomeado presidente da Federación Agraria Provincial de Pontevedra. Em 1936 sai deputado pola mesma e há de fugir de Tominho (lugar de veráu) para o monte e finalmente a Portugal, numha odisseia que sofréu disfarçado de mendinho português, fazendo-se chamar Afránio do Amaral (o qual conta nos anos 70 Victoria Armesto e ele mesmo acaba publicando -1979- no livro O siñor Afranio, ou como me rispei das gadoupas da morte)… para ir dar à Argentina (1939).
Ali publica várias obras de cariz patriótico e, chegado 1944, ao se constituir no vizinho Montevidéu o Consello de Galiza, passa a formar parte dele junto com Picallo e Villaverde e Castelao como presidente, cargo no que será sucedido ao morrer, anos andados, polo próprio Alonso (quem, co seu passamento, signou a desapariçom de dito organismo do exílio galego). O ano seguinte (1945) viaja a México para participar nas reunións das Cortes da República no exílio.
Como detalhe significativo: três dos quatro filhos do matrimónio forom chamados: Ombú (pola árvore sulamericana tamém conhecida como bela sombra) e Celta e mais Chamor (polo monte silhedense). (Pz. Leira). O I.E.S. de Tominho leva, desde 2016, o seu nome.
9.2.1981.
O corunhês Emilio Pita Robelo morre em Buenos Aires com 72 anos, logo de sesenta de vivência argentina, tendo vido à Galiza algumhas vezes, antes e depois do 36 (mália a sua ideologia galeguista, ele nom fora exiliado). Fundamentalmente poeta, nom deixou de cultivar a música, como intérprete da galega, chegando a criar o grupo coral Ultreia. (O pano musical da setuagenária audiçom montevideana em galego Sempre en Galicia é a Moinheira de Chantada, tocada por el ao piano).
O seu poemário Jacobusland (1942), ilustrado por Castelao, publicado alá, é um dos primeiros posteriores à guerra que virom a luz em galego. A poesia de Pita, de grande calidade, alterna o estro cívico co puramente estético e lúdico. Formou parte do movimento galeguista portenho, mas tamém intervéu no galeguismo de Montevidéu, cidade que frequentava por mor da sua actividade comercial. Pepe Neira, que cultivou a sua amizade, evoca-o com especial afecto e laia-se de ter visto a sua biblioteca em venda por terras andaluzas… (GEG/ACG, DV 472).
Emilio Pita e Emilio González López https://galiciaconfidencial.com Vida Gallega, 30-6-1931
9.3.1982.
Com quase 80 anos morre em México Luis Soto Fernández, nativo de Podentes-A Bola. O nacionalismo e mais o comunismo serám os dous eixos do seu pensamento e o seu activismo veemente. Mestre (1922), cumha temperá viagem à Repca. Argentina (1919), já entom actúa no sindicalismo. Quando a guerra logra fugir e incorporar-se à zona leal, criando Solidariedade Galega Antifeixista e dirigindo a revista Nova Galiza (1938).
Exilia-se em México, prévias andainas por Cuba e USA (onde
acompanha a Castelao na sua gira de propaganda pola Espanha legal, e, anecdótico, exercendo de secretária e intérprete María Docampo Ramos (1918-1948), a futura assassinada em Arilho-Dorneda). No país azteca funda a Alianza Nazonal Galega, o Padroado da Cultura Galega no México e, com Delgado Gurriarán e Carlos Velo (ver este), a importante revista Vieiros.
Em 1958 viaja a Portugal e em 1960 consegue ingresar a Espanha, de onde é expulso em 1966, logo de contactar co grupo Brais Pinto e participar na fundaçom da U.P.G. (1964). Leva sempre umha conflitiva relaçom co P.C.E., mesmo separa-se da U.P.G. Segue visitando a Terra (por exemplo, em 1972, segundo concreta Pepe Neira quem, a maiores, tinha, enviada por ele, umha sua autobiografia. Um seu livro, póstumo de 1983, dedica-se a Castelao naquela gira). (GEG/LGB).
9.4.1988.
Carlos Velo Cobelas (Cartelhe,1909) morre em México, D.F. aonde chegara como exiliado em 1939. Considerado o fundador do documental cinematográfico espanhol (1935, a sua primeira curtametragem), tendo fundado, com Buñuel, no Madrid da Residencia de Estudiantes, um dos primeiros cineclubes de Espanha. Mesmo participou nas Misiones Pedagógicas. Biólogo de profissom, viajou por Europa, tamém para recadar filmes.
Incorporado à Espanha leal, tem-se que exiliar e no país de acolhida combina o exercício da Biologia cumha crecente actividade como cineasta. Torero (1956) é considerado o melhor dos seus filmes. De Rulfo levou à pantalha Pedro Páramo (1966). Nesta área alcançou os postos de maior responsabilidade do governo mexicano. Em 1976 a Filmoteca
Nal. de España trouxo-o para participar na projecçom antológica da sua obra. O governo galego premiou-no em 1984 e, em 1985, homenageou-no o Cineclube do Carvalhinho.
Importante actividade galeguista cumpriu-na cofundando a revista Vieiros e o Padroado da Cultura Galega do México (ver Soto), amém de actuar de delegado do Consello de Galiza (ver Alonso Ríos) e realizar o primeiro número de Terra e Tempo (1965), órgao da U.P.G. (GEG).
ARGENTINA, USA
10.Tacholas, Emílio González, Rubia Barcia
10.1.1991.
Morre em Buenos Aires com quase 82 anos o ourensám Fernando Luis Iglesias Sánchez, que alcançou sona co seudónimo de Tacholas . Em pós da sua família ali emigra em 1929, integrando- se decontado no mundo galego da capital portenha. Convidado por Núñez Bua, começa a actuar no meio radiofónico, fazendo-se muito popular (aí é que adopta o seudónimo que levará de por vida). Em 1941 funda, com Maruxa Boga, a Compañía de Comedias Gallegas Boga-Tacholas que, junto coa Compañía de Maruxa Villanueva, dinamizarom o teatro galego. (Por essas andavam tamém Ricardo Flores e E. Blanco-Amor). E forma no elenco inaugural de Os vellos non deben de namorarse, de Castelao (1941).
Segue a abrir programas de rádio com Galiza como tema: Recordando a Galicia (1945) ou La voz de Galicia (1953). Nesta época, segundo nos tem ilustrado o especialista em Tacholas , o nosso Luís Pérez Rodríguez, incorporará-se ao teatro e ao cinema argentinos. (GEG/AVR).
10.2.1991.
Rematando este mesmo ano, morre em Nova Iorque, com 88 de idade o corunhês Emílio González López. (Os seus restos forom traidos a Santo Amaro ao pouco tempo). Era daquela Cronista Geral do Reino de Galiza. Avogado, fundou a FUE (Federación Universitaria Española). Deputado em 1931. Professor universitário. Jerarca do governo da República. Tomou parte na redacçom do nosso estatuto de autonomia e, com Castelao, defendeu-no nas Cortes de Montserrat (1938).
Exiliado em USA, exerce a docência em duas universidades de Nova Iorque. A sua obra histórica galega, quase toda publicada nos países do Prata, abrange numerosos volumes. As suas memórias (editadas por O Castro), som a interessantíssima testemunha dumha vida dedicada á Galiza ao mais alto nível.
Um seu busto ergue-se no corunhês e republicano bairro de Los Rosales. (Neira 2015).
10-3-1997.
José Rubia Barcia, mugardês, morre em Santa Mónica (Califórnia) este ano, practicamente com 83 de idade. Chegara a USA em 1943, passando, ao finar a guerra espanhola, por um campo de concentraçom francês, logrando finalmente arribar a Cuba, para rematar logo em Nova Iorque.
Poeta e investigador literário, em espanhol e em galego (a el se lhe debe o achegamento de Anne Marie Morris às nossas letras), era licenciado em Filosofia e Letras e dedicara-se à docência. Docência que seguiu no exílio, na Universidade de Princeton (New Jersey), como em Nova Iorque e, por fim, na U.C.L.A. (Universidade de Los Ángeles). (Em 1954 estivo a piques de ser deportado polo mccarthismo). Actuou em várias ramas da cultura tales a traduçom e a dobragem e mais no guionismo (em Hollywood fai algum guiom com Buñuel). Livros poéticos bilíngües e ensaios sobre Rosalia e Valle é o mais resenhável deste tio do cantautor Xoán Rubia. Em 1983 obtivo o prestigioso prémio José Vasconcelos. Voltou à Terra, fugazmente, em 1975.
No campus ferrolám hai um seu busto (1997), ano em que as suas cinsas forom botadas ao mar de Mugardos. (GEG, GOOGLE vários).
COLOFOM
Emigrantes ou exiliados, temo-los preferentemente distribuídos entre Argentina, Cuba e México, como tamém em USA polo seu número (um 77%), referidos os menos (o 23% restante) a Uruguai e Brasil (dous cada país) e a Chile, Paraguai e Venezuela (um cada um).
Deles, até os restos de seis forom repatriados, quatro muito aginha, os outros dous (Castelao e Picallo) décadas depois do seu passamento.