A nai enredando co filhinho, por Ricardo Flores

Grazas a Andrés Yañez, que puxo á nosa disposición diversos materiais de Ricardo Flores (1902-2002), podemos hoxe publicar o presente texto do autor sadense afincado en Buenos Aires.

Decorriam os días da prímeira semana do agosto e com um.a sazom ajeitada dum magnifico verao, indo ja fora um par de jornadas.
Na vila branca e marinheíra de Sada dava-se encéio aos trábalos de ornamentacom pública para o celebramenfo da sua festa mayor, em memoria da patronada parroquia. Santa María, e mais da cápela de San Roque. O folguedo e os diveríimentos comegam o día quinze e arremaíam o día dezoito.
Um.a fogueira circunstancia, fazia agoirar um.a fesía de agosto este ano verdaderamente rachada, como soe dizerse, mais rachada que nunca, tal era o balbor que tanto entusiasmo ascendía no ambiente.
Era um ano de muita fartura de froitos do mar, sobretodo de sardina , peixe de mui rendoso lucro; e as rapetas, havía que ver como vinham todas as manhás cedinho, tocando a buguina como anuncio do éxito das largadas de redes ao mar e as conseguintes aladas, deitando a bordo cárregas de peixe que traguiam para vender, e que significava boa compensagom do trabalho da noite.
Com tanta amorrada de sardina que havia, a gente andava, que nom cabía dentro de si, de contentíssima que se sentía, e metida em aprestos extraordinarios, um tanto de luxo, do que outros anos nom podia sonhar.
A vida deste povo, ao igual do que a vida doutros povos da Galiza, depende da pesca; o sustento da sua comunidade, provém do que se pode exírair das augas do mar, as que suponhem as hortas dos marinheiros. E a gente marinheíra, cando o vento nom se Ihe cola polos petos, por terem-nos bem forrados , sabem-se fazer ver e luzir-se de primeira, nom cabe dúvida.
Passava de meia manhá, e das sete companhas que sairam a véspera para pescar, faltava por estar de volta a do “Periquete” pois como fóra vender o peixe á Corunha, nom pudera chegar cedo, canda as demais, que foram vender a praças de mais perto.
A mulher de um dos que faltavam nesta companha, achava-se a espreita da sua chegada, e ao enxergar a lancha e a buceta que vinham a toda vela, com ansia botou a andar co filhinho no colo, duns seis sete meses, para agardar na rampa ao seu home quem de pe na proa da lancha vinha portando nas maos um barquinho de xoguete para seu pacholinho.
E mentras as duas embarcaçons vinham aproadas cara onde a mulher estava, que justo, ali tinham que atracar, ela tratava de Ihe escorrentar o sono ao filhinho, fazendo-lhe contos e enredando com ele a fim de que cando seu pai pujesse os pes nas lajes de rampa, cabo deles, topasse o seu amantinho eos olhos abertos.
Turulú, meu pacholinho
Ti bem podes turular-e
Túa nai está contigo
E teu pai ja vém do mar-e.
Ai, la-la-ra-lá ai, la-la-ra-lá ai, la-la-ra-lá ai, la-la-ra-la-la.
Este meu pequerrechinho
É como a flor do laranjo
Os olhinhos tem azúis
O mesminho que os dum anjo
Ai, la-la-ra-lá , etc.
Nom te troco, meu meninho
Nom te troco, meu amor-e
Nem pola prata da lúa
Nem polo ouro do sol-e.
Ai, la-la-ra-lá etc.
Partillar

Deixa unha resposta

O teu enderezo electrónico non se publicará Os campos obrigatorios están marcados con *